quarta-feira, 11 de maio de 2011

Bob Marley e seu legado

Hoje fazem trinta anos que o mundo da música perdeu um dos mais importantes nomes da sua história. Robert Nesta Marley, ou simplesmente Bob Marley, um grande revolucionário nascido em 6 de fevereiro de 1945. Bob, que teve uma infância pobre e nunca chegou a conhecer o pai desde cedo tinha uma personalidade crítica e lutava contra as diferenças sociais. Adpeto do Rastafari bob deixou um legado imenso. Vamos mostrar quatro dos pontos mais destacáveis nele e que até hoje se tornaram referencia quando se fala em Bob Marley.


O MOVIMENTO RASTAFÁRI
Hoje somando mais de um milhão de seguidores pelo mundo, além de representar cerca de 5% da população da Jamaica, o Movimento Rastafári se caracteriza mais como uma ideologia do que uma religião organizada. Nascido em fins da década de 20, a partir das ideias de pan-africanismo e de volta do povo negro às raízes africanas propagadas pelo ativista e religioso Marcus Garvey, o movimento Rasta via no Imperador da Etiópia Haile Selassie --ou Ras Tafari Makonnen-- a reencarnação de Jah, como chamam a Deus.

A irmandade, comunhão com a natureza, interpretação própria da Bíblia, a força dos negros africanos e o uso de maconha --a "erva da sabedoria"-- para fins espirituais estão entre as características do movimento Rasta e consequentemente das mensagens da música de Bob Marley, ecoando até hoje entre seus seguidores.


MACONHA
Há milhares de anos as propriedades da planta Cannabis sativa são cultivadas no mundo: da fibra natural do cânhamo para produzir roupas e papéis até as propriedades calmantes e alucinógenas da maconha para efeitos analgésicos ou uso recreativo. Para Bob Marley, que costumava repetir que não se pode dizer a Jah que uma planta que ele criou é ilegal, a marijuana, ou kaya, ou ganja, era mais: elemento de uso ritualístico e espiritual. Para a cultura Rasta, o consumo de maconha é uma maneira de buscar comunhão com a natureza e se aproximar de Jah. Na via contrária, desde o começo do século 20, a cannabis se tornou amplamente ilegal pelo planeta, apesar de ser a substância ilícita mais usada no mundo, segundo as Nações Unidas.

Na história da música pop, mais músicos do que seria possível contabilizar cantaram a planta, dos Beatles ao africano Fela Kuti, passando por Ben Harper, Sublime, Willie Nelson, Cab Calloway e, no Brasil, Marcelo D2, desde os tempos de sua banda Planet Hemp, e mais recentemente cantando Bezerra da Silva, outro advogador da causa. A discussão sobre a legalização da droga é hoje uma tendência mundial e, apesar do uso ainda ser proibido em muitos países, lugares como Alemanha e Holanda encaram o assunto com leveza, além de em mais de dez estados americanos a maconha ser descriminalizada ou permitida para uso medicinal.

OS DREADS
Os cabelos trançados em mechas, formando longos tufos enrolados, são uma tradição milenar. Desde o Egito Antigo, passando por inúmeros povos e culturas, com diferentes significados e funções estéticas, os dreadlocks são símbolos de orgulho racial, manifestação política e afirmação espiritual. Quando os Rastas começaram a usá-los como amostra e poder de sua crença, os dreads se tornaram mundialmente uma assinatura visual, um conceito religioso, um ícone pop, ideológico e comportamental contemporâneo. Mais do que identificação imediata com um estilo musical, é a definição de um estilo de vida.

Além de ser um estilo tradicional da cultura negra, no Brasil os dreads podem ser feitos em cabeleireiros tipicamente black, mas também são opção comum em salões de classe média com preços de R$ 300 a R$ 800, e tempo de produção de 5 a 12 horas. Ana Paula Tabalipa, Daniela Mercury, Felipe Dylon e Marcelo Falcão, d'O Rappa, são representantes do uso do estilo recentemente no país. Gilberto Gil os cultiva há dez anos.

REGGAE
Com seu ritmo próprio, suas dinâmicas particulares e seu universo temático, o reggae partiu de suas influências do jazz e do soul americano para criar uma linguagem única, desenvolvida por músicos jamaicanos a partir dos anos 60. Inicialmente surgido como uma evolução mais lenta de ritmos como ska e rocksteady, o reggae acompanhou seu maior expoente, Bob Marley, na expansão por todo o mundo. Se hoje em dia aderir ao estilo significa quase cantar sobre Jah, louvar a volta às raízes e assumir a influência da cannabis, o ritmo hipnótico, andamento lento, fortes linhas de baixo e batida no contratempo são elementos musicais universalmente reconhecidos.

O reggae é uma opção musical e comportamental rica. No Brasil há uma forte cena dedicada ao estilo, com nomes como Edson Gomes, Tribo de Jah, Ponto de Equilíbrio e Planta e Raiz, além de Gilberto Gil, que em em 2001 chegou a viajar a Jamaica para gravar disco dedicado a Bob Marley. A cada dia surgem novos nomes, a cada disco mostram-se novas possibilidades, a cada canção o estilo se amplia. O dub, espécie de variação instrumental e mais experimental do gênero, é também cada vez mais aceito e tocado, representado no Brasil por nomes como Buguinha Dub e Rockers Control.
Mais dois vídeos para relembrar o rei do Reggae, entre eles uma visita ao Brasil.

Um comentário:

  1. Eu nunca ouvi Bob Marley, vejo algumas frases dele por ai, e lendo teu blog fiquei sabendo de muitas coisas! Vim agradecer e retribuir a sua visita!

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